quarta-feira, 11 de julho de 2012

Morte e Renascimento






Neste post vou aprofundar o tema de uma grande crise (tenebrosa) que vivenciei no final de 2004, que já tinha falado um pouco no post “Era uma vez” comecei a avaliar tudo o que tinha na minha vida de forma absolutamente profunda. Tinha traçado metas para cumprir durante a minha infância e adolescência que era, tirar o meu curso de turismo, arranjar um emprego na minha profissão, ter uma casa só minha e ser livre e independente e aos 24 anos esses objectivos estavam cumpridos. Tinha uma relação estável, estava feliz com o meu companheiro, mas a história da infância dele assombrava o meu espírito. Os pais dele eram felizes, a vida corria bem, dois filhos maravilhosos e aos 37 anos de idade o pai faleceu, tiveram imensas dificuldades e adversidades na vida desde então e eu no fundo temia que o mesmo acontecesse a nós. Sempre tive medo da morte e nunca queria pensar muito nisso, mas sempre me questionei se haveria vida após a morte, se haveria Céu e Inferno, se era apenas uma ilusão que o HOMEM tinha criado e afinal a morte era o fim do corpo e espírito, mas mesmo assim preferia acreditar que a vida não era apenas isto, que tinha que haver uma razão para estarmos vivos, termos sentimentos, comunicarmos por código linguístico, se não seriamos todos animais a viver por instintos, enfim sempre tive muitas dúvidas nesta questão da vida.
Então estava eu a viver a minha “vidinha” e começei a pensar, eu sou tão feliz agora, tenho tudo o que sonhei ter e se for eu a morrer? EU NÃO QUERO MORRER... e se for para o inferno?
Senti necessidade de ir à Igreja pedir perdão pelos meus pecados, estar com Deus, redimir-me e chorar todas as minha mágoas, agradecer tudo o que ele me tinha proporcionado, mas o desconforto continuava. Até que um dia comecei a ter ataques de pânico, crises de ansiedade fortissimas que me levavam à urgência do hospital pois não conseguia controlar a ansiedade, as tonturas, as palpitações do coração. O medo de voltar a acontecer dominava o meu dia-a-dia, fiz exames ao coração, à tiroide, e nada era detectado, eu não acreditava que os ataques de pânico eram criados pela minha mente, pensava, como é que a psique tem tanto poder sobre o corpo? Eu não quero ter estes ataques de pânico, e eles acontecem. Normalmente aconteciam sempre à noite, durante o dia andava tranquila ocupada com o meu trabalho. Até que um dia vi um filme com o Keanu Reeves intitulado “Constantine” em que a personagem central do filme se suicida e vai parar ao Inferno, eu não consegui ver o filme até ao fim, algo me dizia que o Inferno não poderia ser o termo final para as almas das pessoas que se suicidavam ou que tinham sido más durante a sua vida, tinha que haver algo mais, não me conformava que seria assim. E aí entendi que os ataques de pânico que tinha eram relacionados com o medo que tinha da morte, assim como estava a por em causa o meu sistema de valores espirituais, afinal no que é que eu acreditava? Era Católica? Era Cristã? A Biblia era a palavra de Deus? Porque é que acontecem certas coisas a umas pessoas e a outras não? Será que só vivemos uma vida? Eu queria acreditar na reencarnação, e no fundo era o que eu acreditava, mas não sabia nada sobre isso, simplesmente fazia mais sentido para mim.
Consultei um psiquiatra e durante um tempo tomei medicação para os ataques de pânico e foi melhorando, até deixar de os sentir. Quanto chegou a altura de deixar a medicação tive medo de voltar a sentir isso, mas sentia que estava psicológicamente mais forte.
Depois disso, a minha insatisfação continuou, neste caso as minhas questões em relação ao mundo espiritual mas não deixava que elas dominassem a minha mente. Em 2008, por curiosidade e porque uma colega de trabalho tinha feito a leitura do mapa astral, decidi experimentar e fazer o meu mapa e fiquei rendida, inclusivé o astrologo disse-me que eu tinha falta de encontrar os meus valores superiores e tudo fez sentido a partir desse dia, posso dizer que essa consulta mudou a minha vida e a minha forma de olhar para a vida. Comecei a ler mais sobre o assunto da lei do Karma e a saber que nada nos acontece por acaso, que tudo o que damos volta etc...
Hoje que sou estudante de astrologia entendi o que aconteceu nessa altura, ao ver as efemerides verifiquei que Plutão, o planeta da Morte e renascimento estava conjunto ao meu Neptuno e Lua natais e veio “matar” as minhas crenças antigas para renascerem novas crenças.

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